Noites
Por Adriana Klisys
Formadora do Instituto Avisa Lá
Penso que o aspecto lúdico de que tanto falamos não está presente somente nas brincadeiras, mas no jeito de a criança pensar e representar o que conhece. Por isso, foi um interessante desafio, como professora, conciliar a pesquisa sobre diferentes culturas e o faz-de-conta. Lecionava para crianças de 5 anos, para lá de especiais, e muito interessadas em conhecer o mundo. Ainda guardo na lembrança momentos significativos do trabalho com esse grupo. Durante o desenvolvimento do projeto denominado As Mil e Uma Noites, as crianças transitavam ora pela realidade, ora pela fantasia, nas brincadeiras simbólicas alimentadas pelas informações e inspirações vindas do conhecimento sobre diferentes povos árabes. O casamento do estudo com o jogo resultou em uma parceria que deu certo.
Da literatura à realidade de um povo
"Quando era professora, desenvolvi um projeto que procurava integrar o estudo sobre diferentes povos e o faz-de-conta da criança. Hoje, distanciada dessa experiência, aproveito este espaço para avaliar e refletir a respeito da relação lúdica que as crianças estabelecem com o conhecimento, procurando mostrar, por meio de minha experiência, como é possível alimentar suas brincadeiras e ao mesmo apresentar a elas uma outra cultura"
Adriana Klisys – Foi professora do grupo de 5 anos da escola Logos. Hoje é formadora do Avisa Lá.
Iniciamos o estudo sobre a cultura árabe com a leitura das Mil e Uma Noites. Eu lia ou contava quase que diariamente as histórias deste fabuloso legado cultural, que vem encantando diversas gerações e povoando a imaginação de muitos leitores. Interrompia a história, contada em capítulos, sempre numa parte interessante para dar continuidade no dia seguinte. Em geral, essas histórias eram esperadas com grande entusiasmo pelas crianças, que desejavam saber como se desenrolava a trama. Aliás, o objetivo principal das