Nietzsche e a História
André Mesquita Penna Firme
Filosofia da Cultura I
18 de agosto de 2015
Friedrich Nietzsche, filósofo alemão da segunda metade do século XIX, traça, em sua Segunda Consideração Intempestiva, uma crítica à escrita da história e a posição dos historiadores de seu tempo. O escrito de Nietzsche, apesar de situar-se no século XIX e conter, ao longo do texto, uma crítica muito específica aos historiadores de seu tempo, pode ser usado como forma de reflexão para que, atualmente, se pense o saber histórico e o lugar que esse ocupa nos campos do saber e no imaginário da sociedade. Ao longo do século XX, a escrita da história passou por mudanças e reinterpretações que alteraram não somente as possibilidades de entendimento de um acontecimento, mas também a forma como essa escrita é pensada. As escolas de historiadores que surgem no novo século e as contribuições de Foucault e outros filósofos foram pontos importantes de reinterpretação que levaram a cabo estas transformações. É preciso pensar o papel que o passado tem no presente, como este tempo pretérito é, e deve ser, incorporado na praxe do agora como forma de libertação e de entendimento do mundo. A forma como se pensa a história exprime a forma como se entende aquilo que está à nossa volta. Nesse sentido, o homem significa o passado através do presente, e, ao fazer isso, ressignifica o próprio tempo em que está inserido. O momento no qual Nietzsche escreve seu texto “Segunda Consideração Intempestiva: sobre a utilidade e os inconvenientes da História para a vida” é muito particular. O cientificismo começa a tomar forma a partir das correntes positivistas no século XIX, a divisão de cadeiras do saber é demarcada e as diversas ciências tomam forma. Este positivismo presente em grande parte dos estudos científicos busca o entendimento do fato em si como verdade absoluta. O estudo da história, nesse contexto, ganha tais atribuições como forma de legitimar a pesquisa histórica. O fato, aquilo que