Neurobiologia do Stress
É quase impossível evitar que as pressões do cotidiano causem problemas de saúde, muitas vezes graves; a boa notícia é que podemos diminuir esses efeitos negativos criando “brechas de prazer” na rotina, em vez de esperar por alguns dias de férias uma ou duas vezes por ano. © cjburton/corbis/latinstock
Fim do ano. É nesse período que muita gente constata o inevitável: as energias estão se esgotando. O que parecia apenas sinal de cansaço, principalmente para aqueles que passaram vários meses sem folgas mais longas, não raro se transforma em lapsos de memória e irritação. Nos casos graves de exaustão aparecem sintomas como enxaqueca, dor nas costas e no estômago (e às vezes até úlcera), queda acentuada de cabelos e síndrome do intestino irritável. Por trás do desconforto físico está aquela conhecida palavrinha: estresse. Muitos torcem o nariz quando algum médico, psicólogo ou outro profissional da saúde cogita esse diagnóstico, mas há um fato que não se pode negar: associado a muitos problemas que atacam os órgãos ou regiões específicas do corpo está o esgotamento.Não é segredo que a natureza dotou nossos antepassados pré-históricos com uma ferramenta para ajudá-los a enfrentar ameaças: um sistema rápido de ativação capaz de aguçar a atenção, acelerar as batidas do coração, dilatar os vasos sanguíneos e preparar os músculos para lutar ou fugir de um predador que invadia a caverna. Porém, nós, os humanos modernos, estamos constantemente sujeitos ao estresse decorrente do estilo de vida contemporâneo: excesso de trabalho, barulho, pressão social, doenças físicas e desafios intelectuais. Como resultado, muitos órgãos de nosso corpo são atingidos por uma descarga implacável de sinais de alarme que podem danificá-los e nos fazer adoecer.Apesar das mudanças no estilo de vida, nosso sistema cerebral ainda excita rapidamente o coração, os pulmões e outros órgãos, preparando-nos para enfrentar o perigo ou fugir dele. Afinal, hoje não são as