Ansiedade patológica

Considerações Introdutórias

Os processos emocionais integram e orientam a totalidade do comportamento, sendo bastante complexos. O sistema nervoso humano é organizado com base em diferentes princípios, tendo acesso a diferentes fontes de informação, controlando diferentes aspectos do comportamento e integrando diversas componentes da emoção.
A ansiedade é uma emoção secundária, muitas vezes descrita como um medo antecipado (por exemplo, quando um rato antecipa o regresso de um gato), contrariamente ao medo, que surge perante um estímulo real, portanto a ansiedade desencadeia-se face a um perigo incerto. A ansiedade traduz-se por reacções fisiológicas próximas do medo, por um aumento da vigilância e das respostas de evitamento, podendo por isso existir na ausência de acontecimentos stressantes.
É pertinente ter em conta a distinção entre ansiedade e humor ansioso, sendo que este último corresponde a uma predisposição mais geral para sentir ansiedade. Igualmente relevante é a distinção entre “ansiedade-traço” e “ansiedade-estado”. A primeira corresponde a uma característica permanente e estável de um sujeito, sendo que um indivíduo com uma forte “ansiedade-traço” terá predisposição para apresentar ansiedade mesmo na ausência de qualquer acontecimento stressante. Pelo contrário a “ansiedade-estado” varia em função dos estímulos do meio envolvente e só surge quando ocorrer um acontecimento que a suscite (por exemplo, de acordo com Modelo Cognitivo e Interaccional do Stress, existe uma situação ou estimulo que sofre uma avaliação cognitiva, que vai activar respostas fisiológicas e posteriormente respostas emocionais, comportamentos de conforto e modos de agir, sendo que a ansiedade surge como uma das reacções psicológicas ao stress).
A ansiedade é uma reacção normal, comum a todos os seres humanos. Prepara o indivíduo para lidar com situações potencialmente danosas, como punições ou privações, ou qualquer ameaça à unidade ou integridade pessoal, procurando