Nepotismo social

Na sociedade em que vivemos, apesar de muito comum ouvirmos julgamentos alheios de primeira instância que deixam bem claros a falta de reflexão e autocrítica das pessoas, responder questões antes mesmo de entendê-las é o pior erro que o ser humano pode cometer. Devemos manter prioridades em uma sociedade, pois ter tudo resolvido sem conflitos morais é tão utópico que seja até ser motivo de risada sádica por parte das pessoas que nela convivem. Deste modo, percebemos um dos maiores conflitos enfrentados hoje: o quanto temos que dar de liberdade e igualdade para a sociedade.
Partindo do ponto de vista biológico, até mesmo parental, sempre tentamos proteger e favorecer nossos “iguais” em questões de família os deixando livre e suscetíveis a favorecimento por nossa parte, mas isso abre um ponto de crítica usado pelo lado igualitarista da discussão que nos faz pensar: até onde esse favorecimento natural e quase imutável que o ser humano criou ao longo de anos influencia ou não nas decisões políticas, gerando processos de nepotismo? O favorecimento biológico não pode ser usado como justificativa para nepotismo político, pois é usada como desculpa para falsas liberdades e para facilidades políticas dentro de decisões sérias e que não podem aceitar tais coisas e de fato traz uma meritocracia exagerada a pessoas que muitas vezes não a merecem. Tanto no campo totalmente político como nas situações cotidianas, priorizar ou facilitar pessoas indica desigualdade pois deixa de priorizar ou dificulta outras que possuem capacidade igual ou superior, mas nada indica que o favorecido que antes não possuía mérito conquistar e justificar as escolhas, cabe a sociedade aceitar a liberdade, mas cabe também a liberdade aceitar que existem limites para que não contorne a igualdade, pois todos somos cidadãos da mesma sociedade vivendo na mesmo ética e com razão exigindo os mesmos direitos.