Nelson Hungria
Hungria influenciando, não apenas juristas, mas meus companheiros de geração, o criminalista Clemente Hungria ofereceu-me este anotar lembranças dispersadas. Daí o rápido resgatar. Mas abordar o universo mental de Hungria, diante da difusão dos Comentários , dos inúmeros estudos realizados no Brasil e fora dele, tornaram supérflua tal tarefa. Somente miúdas recordações pessoais, podendo talvez servir – posto que depoimento de curto alcance – para nitidez do retrato pretendido? Traços em busca de razoável compreensão da obra humanística de cientista filosofo, o pedagogo Nelson Hungria. Recordo momentos da década de sessenta, antes da mutilação de esperanças que a ditadura militar aparelhou. Mas a geração, na faixa etária de ser alvejada, muito apostou nas alternativas jurídicas como utensílios de mudanças sociais. Ainda tentou lutar. E chegou a ser clarificadas por pensadores da
Liberdade/Igualdade. Exemplifico com Barbosa Lima, Candido Mendes, Evandro
Lins, Geraldo Vandré , Paulo Bonavides, Pinto Ferreira, Roberto Lira, Sobral
Pinto, Tristão de Athayde, Vinicius de Moraes, entree outros iluminadores dos espaços gerais da consciência brasileira asfixiada. Cenas esmaecidas, instantes únicos e irrepetíveis do buscar e lutar, fizeram surgir do fundo confuso da memória, figuras míticas. Costumam dizer: contemporâneos avaliam mal contemporâneos. Interessante mas inexato. Desminto e, de pronto, menciono,
Ariel Dotti, Clemente Hungria, Edmundo Arruda Junior, Herman Baeta, Leonardo
Boff, Oscar Niemeier, Evaristo Arns, Nilo Batista, Sergio do Rego Macedo, os
Joãos, Mestieri e Tancredo, alguns ativistas éticos contemporâneosMas desse passado presentificado, marcado de futuridade, destaco o fascínio exercido por Nelson Hungria. Enfim, modo de retomar, em relativa proximidade, o empolgar juventudes e motivar trajetos individuais. O conhecimento da obra de Nelson