negritude
ANÁLISE CRÍTICA
Este texto aborda a Negritude como um movimento de reação e expressão frente à opressão do Colonialismo Europeu. O antropólogo K. Munanga aponta com maestria o ponto de vista dos colonizadores que criaram inúmeras justificativas para dominar, escravizar e subjugar homens de diversas etnias africanas.
Durante o século XV, ano de descobrimento da América, estes colonizadores necessitavam de mão-de-obra barata e esquecendo escrúpulos de sua pretensa religiosidade, foram buscar “selvagens” para este fim produtivo no continente africano. Segundo Munanga, a questão religiosa inclusive abalizava este crime praticado contra um povo ancestral sob a tosca responsabilidade de missão civilizatória do ocidente. Para manter este jugo sobre a maioria negra, a minoria dominante não se furtou a utilizar de quaisquer recursos, desde a força bruta a supressão de sua história, suas crenças e suas raízes.
Os estados africanos eram dotados de monarquias que, por sua vez eram constituídas por conselhos populares, onde diversas camadas populares eram representadas. Não dispunham de tecnologia nem tampouco de recursos bélicos que lhes permitissem resistir ao invasor.
Não faltaram teorias, as mais estapafúrdias possíveis, criadas pelo homem branco para garantir, manter e justificar o escravagismo. Segundo a teoria dos Climas, as temperaturas extremas – altas ou baixas – tornariam o habitante daquela região em um ser bárbaro, praticamente selvagem. Somente os habitantes das regiões temperadas teria um desenvolvimento racional adequado. Outra teoria, denominada de Mito Camítico, apregoava que todos os negros seriam descendentes de Cam, filho de Noé, amaldiçoados por este último que o encontrou embriagado e o desrespeitou. A igreja, por seu lado, também tem grande responsabilidade nesta violência, já que representou o negro como a representação do pecado. Os missionários, desrespeitando e ignorando as crenças originais destes povos,