negrinha
Nasceu na senzala, de mãe escrava, ficou órfã com 4 anos, sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.
A patroa era, gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e passagem direta para o céu.
Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora, em suma – “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo, Dona Inácia.
A patroa era má. Coruja, barata, pestinha, diabo, eram apelidos para negrinha, seu corpo era tatuado de arranhões e beliscões, a patroa, dona Inácia era ótima em judiar de crianças.
As sobrinhas de Dona Inácia eram anjos, negrinha as via correndo, brincando pulando e rindo o tempo todo. Dona Inácia não as tratava como anjos.
Negrinha tinha curiosidade sobre os brinquedos, e se enturmou com os anjinhos, e daquela hora ela se sentiu um ser humano de verdade.
Negrinha, fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.
Nasceu na senzala, de mãe escrava, ficou órfã com 4 anos, sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.
A patroa era, gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e passagem direta para o céu.
Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora, em suma – “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo, Dona Inácia.
A patroa era má. Coruja, barata, pestinha, diabo, eram apelidos para negrinha, seu corpo era tatuado de arranhões e beliscões, a patroa, dona Inácia era ótima em judiar de crianças.
As sobrinhas de Dona Inácia eram anjos, negrinha as via correndo, brincando pulando e rindo o tempo todo.