Nação Crioula
A história tratada em "Nação Crioula" se desenvolve no período que vai de 1868 com a chegada de Fradique Mendes à Luanda, Angola, até o ano de 1900. Exceto a última carta, que é escrita por Ana Olímpia à Eça de Queirós, todas as demais cartas são de autoria de Fradique Mendes e são endereçadas à sua amante Ana Olímpia, à sua madrinha Madame Jouarre ou a outros amigos. Fradique trata em suas cartas desde assuntos pessoais e íntimos, até eventos políticos e sociais dos países pelos quais passa: Portugal, Brasil e Angola.
Em sua primeira carta, Fradique Mendes escreve à sua madrinha, Madame Jouarre, contando de sua chegada à Luanda. A cidade lhe pareceu confusa, bagunçada, com gritaria de pessoas que caminhavam entre ruas mal empedradas e tortas. Fradique foi recebido pelo coronel comandante das províncias do Bié, Bailundo e Embo (local onde Portugal sequer exercia poder) Arcénio de Carpo, que, apesar do título de coronel, não era militar. Como todos que enriqueceram nessa época em Angola, Arcénio trabalhava como traficante de escravos.
Após um mês de estadia em Angola, Fradique começou a se envolver com os hábitos e costumes locais, deliciando-se com a culinária e divertindo-se com a dança. É apresentado, então, a Gabriela Santamaria, mulher feia e violenta, e seu total oposto Ana Olímpia, a mais bela entre as mulheres. Ana Olímpia nasceu escrava, mas tornou-se uma das mulheres mais ricas, poderosas e respeitadas da Angola.
Fradique Mendes passa a viajar pelo interior da Angola em busca de amigos seus, mas acaba descobrindo um novo mundo, o que o torna cada vez mais aberto às diferenças culturais. Em certo momento, Fradique encontra com um velho que consulta o inkisse, uma espécie de oráculo, e, apesar de achar um pouco estranho, também não desacredita no poder desse instrumento. Para ele, se é possível conversar por telefono, porque não seria possível a um boneco de pau falar?
Ana Olímpia é mais uma vez tornado escrava, visto que após a morte de seu