Nação Crioula
1-) Nação Crioula do autor, JOSE EDUARDO AGUALUSA, conta a história de um amor secreto: a misteriosa ligação entre o aventureiro português Carlos Fradique Mendes e Ana Olímpia Vaz de Caminha, que, tendo nascido escrava, foi uma das pessoas mais ricas e poderosas de Angola. A história se desenrola entre 1868 a 1900 e é contada através das cartas trocadas por Fradique Mendes e sua madrinha, Madame Jouarre, entre ele e Ana Olímpia e com Eça de Queirós. Em Luanda, Lisboa, Paris e Rio de Janeiro, misturam-se personalidades históricas do movimento abolicionista, escravo e escravocratas, lutadores de capoeira, pistoleiros numa luta mortal por um mundo novo.
2-) O Nação Crioula foi o último navio negreiro a fazer a travessia do Atlântico, portando em seus porões os negros que serviriam de escravos no Brasil. O tráfico de africanos era um verdadeiro atentando contra os direitos humanos. Durante as longas viagens marítimas poucos resistiam às condições miseráveis, às moléstias e aos açoites a que eram submetidos, sabe-se que poucos dias após o embarque, os corpos começavam a se amontoar, e os devaneios dos que sobreviviam eram tantos que começavam a matar uns aos outros e a si mesmos. Esta obra de Agualusa é antes de tudo uma estória de escravidão, não apenas dos que foram escravizados, mas dos que escravizaram. Fradique Mendes é o personagem principal, que narra através de cartas, suas andanças, aventuras e sua paixão por Ana Olímpia, uma mulata de Angola, filha de uma escrava com um escravocrata e viúva de um rico traficante de negros que era adepto dos movimentos abolicionistas. Ana Olímpia irá se fazer presente no pensamento de Fradique desde quando ele a conhece e será destinatária de várias correspondências. Ele também escreverá a sua Madrinha madame Jouarre, e a seu amigo Eça de Queirós. Embora Nação Crioula seja uma obra fictícia, ela nos remete muito realmente a realidade do século XIX, de modo que figuras