Crítica nação crioula

O romance Nação Crioula: a correspondência secreta de Fradique Mendes, nos expõe um discurso social, cultural, histórico, político e literário, pois nos é mostrado pontos de vistas positivos e negativos sobre a sociedade antiga, nos é permitido visualizar a cultura e a época em que foi vivida a partir dos relatos e dos detalhes dados por quem narra. O título estabelece relação com o último navio negreiro, que também era chamado de Nação Crioula com o objetivo histórico de englobar experiências vividas por brasileiros afrodescendentes e angolanos.
É uma obra que contém 25 cartas escritas por Fradique Mendes e uma carta de Ana Olímpia .Onde dez são dirigidas a Madame de Jouarre, nove a Ana Olímpia e seis a Eça de Queiroz e finalizando com a inserção de uma carta de Ana Olímpia a Eça de Queiroz. Estas cartas circularam entre 1868 e 1888; as de Fradique foram escritas em diferentes lugares como Paris,Luanda,Lisboa, dentre outros ; e a de Ana Olímpia em Luanda em 1900 , logo após a morte de Fradique.
O anarquista Fradique Mendes de Eça de Queirós, volta à ação e à vida dentro do livro e desta vez protagonizando um romance turbulento com uma escrava angolana e em sua nova ficção até transforma o Eça de Queirós em uma personagem.
Na obra, misturam-se ficção e história, incluindo nas cartas de Fradique personagens que fizeram parte e que marcaram a história do Brasil no século XIX, como Luis Gama, André Rebouças, Manuel Querino (que por sua vez, foi um dos grandes representantes da luta contra a escravatura).
Em sua primeira carta, Fradique conta a Madame de Jouarre , sobre as suas primeiras impressões ao chegar em Luanda . Sente um odor de corpos em decomposição, enfeitado pelo cheiro de frutas e cana; cheiro este, que as pessoas diziam ser o cheiro da África. Foi hospedado na casa do senhor Arcénio de Carpo, que construiu uma fortuna por vender e comprar escravos, ou melhor dizendo, com suas próprias palavras "contribuindo para o crescimento do Brasil". Ele era