Nacionalismo
A primeira diferença que existe entre o nacionalismo musical do séc. XIX e o do séc. XX está relacionado com o desenvolvimento do estudo sistemático científico da música tradicional europeia. Tal estudo tornou-se somente possível com a recolha fonográfica
(predecessora da recolha em fita magnética), que permitiu o registo de pormenores melódicos, rítmicos e de variações de andamento com um rigor que não era possível obter por meio da notação musical convencional.
Através desse estudo científico, a que se veio a dar o nome de etnomusicologia, começou-se a ganhar consciência de que uma boa parte da música tradicional europeia não cabia dentro da regularidade métrica e do sistema tonal do classicismo-romantismo.
Como resultados dessas verificações, os principais compositores nacionalistas do séc. XX procuraram utilizar os materiais populares tradicionais na formação de novos estilos musicais especialmente no sentido do alargamento da linguagem tonal, em vez de continuarem a incorporá-los no quadro de uma linguagem convencionalmente clássico-romântica. A etnomusicologia desenvolveu-se inicialmente sobretudo na Europa
Central pela actividade do checo Leos Janácek, a que se veio juntar a de dois compositores e investigadores húngaros: Zoltan
Kodály (1882-1967) e Béla Bartók (1881-1945).
•Hungria
A música de Kodály é mais estritamente tonal do que a de
Bartók. É conhecida a sua importância como pedagogo, e o lugar que na sua pedagogia ocupa o canto- que ele considerava dever constituir a base da educação musical. Assim, uma grande parte da sua música coral destina-se a ser executada por crianças, amadores e estudantes. Das suas obras principais, devem distinguir-se a suite
Háry János para orquestra e o Psalmus Hungaricus para solista, coro e orquestra.
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Béla Bartók nasceu em Nagyszentmiklos (Hungria, actualmente Roménia) a 25 de Março de 1881; morreu em Nova York a 26 de Setembro de