Nacionalismo em Música
Não escrevo dissonante para ser moderno. De maneira nenhuma. O que escrevo é conseqüência cósmica dos estudos que fiz, da síntese a que cheguei para espelhar uma natureza como a do Brasil. Quando procurei formar a minha cultura, guiado pelo meu próprio instinto e tirocínio, verifiquei que só poderia chegar a uma conclusão de saber consciente, pesquisando, estudando obras que, à primeira vista, nada tinham de musicais. Assim, o meu primeiro livro foi o mapa do Brasil, o Brasil que eu palmilhei, cidade por cidade, estado por estado, floresta por floresta, perscrutando a alma de uma terra. Depois, o caráter dos homens dessa terra. Depois, as maravilhas naturais dessa terra.
Heitor Villa-Lobos
(1915, em resposta às críticas sobre a modernidade de sua música)
O compositor original é aquele que, embora demonstrando na sua obra o conhecimento exato da diversidade de estilos na música, empregando, de uma maneira elevada, motivos folclóricos do país onde tem vivido e formado sua mentalidade, deixa transparecer nas suas composições as tendências naturais de sua predestinação e influências étnicas do seu feitio, formando assim o traço característico de sua personalidade e do país onde nasceu.
Heitor Villa-Lobos
(declaração em 1930)
Sim sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas florestas e dos nossos céus, que transporto instintivamente para tudo que escrevo.
Heitor Villa-Lobos
1. A Europa no Século XIX
Desde a Idade Média, uma boa parte da Europa era tomada pelo Sacro Império Romano-Germânico (começando com Carlos Magno como imperdador, durou do século XI ao XIX). No seu ápice, ele englobou os territórios dos atuais estados da Alemanha, Áustria, Suíça, Liechtenstein, Luxemburgo, República Tcheca, Eslovênia, Bélgica, Países Baixos e grande parte (oeste) da Polônia, França (leste) e Itália (central e setentrional). No império, a