HMB 2004 Apostila14

12239 palavras 49 páginas
Apostila do curso
História da Música Brasileira
Instituto de Artes da UNESP

14

IMPRESSIONISMO, MODERNISMO E NACIONALISMO NO BRASIL
Paulo Castagna
1. Introdução
Os primeiros anos do séc. XX marcaram o surgimento de novidades no campo da composição musical que posteriormente foram conhecidas com o nome de
“modernismo”. Como característica em comum possuíam somente a tendência de romper com os cânones românticos, em busca de sonoridades que refletissem e se adaptassem melhor ao tempo presente. Sob a égide do modernismo, entretanto, surgiram movimentos bastante diferentes entre si, com centros geográficos também diferentes. Na
França, um movimento cunhado como “impressionismo”, em analogia ao movimento que, em pintura, fora conhecido pelo mesmo nome, teve como principal representante
Claude Debussy (1862-1918). Segundo Donald J. Grout:1
“[...] Um dos aspectos do seu estilo - aspecto a que por vezes se dá importância excessiva - pode se reumir na palavra impressionismo. Este termo foi originalmente aplicado a uma escola de pintura francesa que floresceu de cerca de 1880 até ao final do século e cujo principal representante é Claude Monet (1840-1926). No campo da música, o impressionismo é uma forma de compor que procura evocar, principalmente através da harmonia e do colorido sonoro, estados de espírito e impressões sensoriais. É, assim, uma espécie de música programática. difere, no entanto, do grosso da música programática, pois não procura exprimir emoções profundas nem contar uma história, mas sim evocar um estado de espírito, um sentimento vago, uma atmosfera, para o que contribuem os títulos sugestivos e as ocasionais reiminiscências de sons naturais, ritmos de dança, passagens melódicas características, e assim sucessivamente. O impressionismo baseia-se, além disso, na alusão e na expressão moderada dos sentimentos, sendo, nesse sentido, a antítese das efusões diretas, enérgicas e profundas dos românticos.” Na Alemanha surgia um movimento diferente,

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