Na Primeira Parte

Na primeira parte, intitulada “os lugares da dádiva”, o autor procurou identificar a dádiva em diferentes contextos que envolvem a relação social, uma vez que ela tem como prerrogativa os vínculos sociais. No que se refere aos vínculos, o autor elucida os aspectos que motivam as pessoas a se relacionarem mutuamente, bem como as motivações que os levam a adotarem atitudes de reciprocidade. Na esfera doméstica, o autor elenca a relação entre camaradas, amigos e familiares, os dois primeiros compreendem as escolhas do indivíduo, o mesmo não acontece na família, uma vez que independe de sua escolha. Outra proposta do autor foi eleger três promotores das relações sociais: Estado, mercado e dádiva. Considerando que os três assumem papéis centrais na vida em sociedade e em alguma medida são responsáveis por proporcionar o bem-estar entre as pessoas. O que difere entre os três são as concepções de valores. Enquanto o mercado se constitui nas relações institucionais e o relacionamento se dá mediante a retribuição financeira, o Estado visa promover a igualdade, solidariedade e redistribuição por meio de intermediários em uma relação institucional formalizada. Já a dádiva por sua vez se distingue do mercado e do estado na sua essência, uma vez que seus princípios são permeados pela afinidade, ligações privilegiadas e relações personalizadas, que não apenas a caracteriza por definição nas relações pessoais, como também pela responsabilidade dos vínculos. O autor apresenta situações em que poderia ser problematizada a presença da dádiva, são elas: doação de sangue e órgãos, grupos como os alcoólicos anônimos, as empresas e o mercado da arte composto pelo artista, a obra e o amador de arte, comumente denominado de cliente. Nos vários contextos explorados foram elencadas as seguintes tipologias de dádiva, são elas: dádiva unilateral, dádiva desconhecida, dádiva moderna, dádiva primitiva e dádiva recebida. O intuito do autor foi, portanto, elucidara essência da dádiva, para