Mênon
Virtude é coisa que se ensina? Ela advêm por natureza? Se não, de que forma ela advêm ao homem? Estes foram os primeiros questionamentos feitos por Mênon mas para Sócrates, para iniciarem a busca por respostas, é necessário que se faça outro questionamento: O que é virtude? Inicialmente, Mênon responde, com toda a segurança de quem entende do assunto, enumerando diversas virtudes e as dividindo em gênero e idade dizendo que o mesmo também vale ao vício. Mas, segundo Sócrates, a mesma virtude pertence a todos sem distinção, argumento este provado quando ele “unificou” todos os exemplos de Mênon em duas virtudes a justiça e a prudência, virtudes essas que se mostram necessárias para a formação de um homem bom. Em sua segunda tentativa, Mênon responde que virtude é ser capaz de comandar os homens. Sócrates novamente mostra os erros na resposta por que, para comandar é preciso ter justiça e, sendo essa uma virtude, não pode ser usada para definir virtude pois, virtude é uma unidade de uma multiplicidade, além disso, a capacidade de comandar não pertence a todos, como deve ser a virtude. Para facilitar o entendimento de Mênon a respeito da unidade de uma multiplicidade, Sócrates utiliza um paradigma onde conceitua exemplos como figura e cor de maneira a deixar mais fácil o entendimento de suas afirmações anteriores. Após a explicação, Mênon tenta novamente conceituar virtude dizendo: “é desejar coisas belas e ser capaz de consegui-las.” Sócrates aponta que todos querem coisas boas pois, quem não quer coisas boas é miserável e ninguém é miserável por querer. Já que o querer pertence a todos, a definição ficaria “o poder de conseguir coisas boas.” Usando o raciocínio de Sócrates, o ato de conseguir coisas boas pode ser tanto virtuoso quanto vicioso pois, coisas boas podem ser conquistadas de maneiras ilícitas – sem justiça, piedade ou prudência – e, as pessoas que se recusam a conseguir coisas boas pelas maneiras erradas não são menos virtuosas que as