Mênon

Questão 1: Como um homem se torna virtuoso?
O diálogo se inicia a partir da dúvida levantada por Mênon sobre a virtude – se é algo que se ensina, algo que se adquire por experiência ou algo que advém aos homens por natureza. Sócrates, por sua vez, recusa-se a responder sobre as formas de adquirir a virtude afirmando não saber sequer o que é a virtude. Ao afirmar isso, Sócrates muda o rumo da questão para: o que é a virtude? Sócrates parte do pressuposto de que, para se dizer algo sobre alguma coisa, é preciso saber o que a coisa é.
Eu próprio, em realidade, Mênon, também me encontro nesse estado. Sofro com meus concidadãos da mesma carência no que se refere a esse assunto, e me censuro a mim mesmo por não saber absolutamente nada sobre a virtude. E, quem não sabe o que uma coisa é, como poderia saber que tipo de coisa ela é? Ou te parece ser possível alguém que não conhece absolutamente quem é Mênon, esse alguém saber se ele é belo, se é rico ou se ainda é nobre, ou se é mesmo o contrário dessas coisas? Parece-te ser isso possível?
Portanto, para responder a questão levantada por Mênon, Sócrates teria que antes saber o que é a virtude. Sócrates, então, parte para a busca do significado de virtude. Mênon fala que não é difícil dizer sobre o que é a virtude e enumera várias delas, como a do homem, da mulher e da criança, assegurando ainda que há muitíssimas outras virtudes. Porém, Sócrates não está à procura de inúmeras virtudes específicas, mas sim de algo que é comum em todas elas.
Sócrates contrapõe exemplificando sobre um enxame de abelhas da seguinte forma: as abelhas se diferenciam umas das outras quanto à beleza, tamanho ou qualquer outra coisa ou não se diferem nada quanto abelhas? Mênon responde que elas não diferem nada sendo abelhas. Sócrates, então, refere-se a esse caráter único das abelhas que não as difere com os da virtude. Ou seja, ainda que hajam variadas formas de representar a virtude, há também um elemento comum entre elas.
Questão 2: A