Mutação para um pensamento sistêmico

Mutação para um pensamento sistêmico
Minha primeira impressão sobre a relação Cultura e Educação, parte da leitura do texto de Edgard de Assis Carvalho “Religação dos saberes e educação do futuro.”
Propondo uma redefinição do conceito de cultura e a religação dos saberes, Edgard de Assis, acredita numa forma sistêmica do pensar. Ou melhor, na negação da dicotomia do pensamento moderno, e na utilização da transdisciplinaridade como ferramenta para acabar com as estruturas da repetição. O que corrobora com uma visão de mundo onde não se separa cultura e natureza.
Percebo que Edgard se aproxima do que foi proposto pelo físico Fritjof Capra, que no seu livro “O Ponto de Mutação” faz uma crítica ao pensamento cartesiano e aponta para um outro paradigma, onde a parte e o todo estão reciprocamente interligados e de tal modo, que a sustentabilidade das coisas singulares e das coisas universais estão sujeitas a uma condição de interdependência contínua, de forma dinâmica e processual. Essa visão holística nega o mecanicismo e reforça o pensamento sistêmico.
Não que eu seja um pessimista, mas acho que ainda vai demorar muito para conseguirmos alcançar esse nível de sensibilidade e, mais ainda, no que se refere a políticas públicas que possam gerar reformas de tal envergadura na educação, pois a sociedade atual ainda está sendo conduzida pela orientação de um ethos que se baseia em preceitos individualistas e hedonistas.
“O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do