Mundo Globalizado Violência
Segundo o autor há para cada condição humana um modelo de humanização válido para o tempo e o lugar, variando de acordo com o contexto histórico-social vivenciado, ou seja, conforme mudam as maneiras pelas quais as pessoas interferem na natureza, estas trabalham e desenvolvem técnicas, mudando idéias, valores e até o modo de expressar os desejos. A cada mudança é denominada “ruptura de paradigma”, ou seja, a mudança de parâmetros que orientam a compreensão do mundo e de si próprio deixam de valer em decorrência da sucessiva intervenção de inúmeros fatores. Nesse período intermediário no qual não se elabora uma nova visão de mundo, vive-se um período confuso de indefinição e perplexidade, decorrente da crise dos valores até então aceitos.
Como exemplo o autor explica acontecimentos históricos como o fato das tribos deixarem de ser nômades e se deixarem no solo para a prática da agricultura,ou ainda, quando no Renascimento, a visão tradicional cristã, teocêntrica, herdada da Idade Média, entrou em conflito com a nova realidade, resultando num processo de urbanização decorrente do desenvolvimento do capitalismo e da ascensão da burguesia.
Atualmente vivemos sob o modo de ser e pensar que configurou-se no início do Renascimento e na Idade Média, como: projeto de racionalidade secularizada, livre de crenças e superstições, que busca o saber fundado na própria subjetividade, e não mais na autoridade; saber ativo que se configura no desenvolvimento técnico acelerado, cujo poder se amplia, motivado pela evolução da ciência; binômio ciência-tecnologia como poder que se amplia, igualmente motivado pela ciência; na economia o modelo liberal que se fortalece com a ascensão da burguesia, que defende o livre mercado e portanto, a não intervenção do Estado; na política surgem as nações que superam a fragmentação do feudalismo medieval, configurando-se o conceito de Estado representativo que se sustenta nos valores de cidadania e participação, em oposição