Fichamento do livro “Por uma outra globalização”, de Milton Santos
I – Introdução Geral
1- O mundo como fábula, como perversidade e como possibilidade
Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido. (pág. 17)
Fala-se, por exemplo, em aldeia global para fazer crer que a difusão instantânea de notícias realmente informa as pessoas. A partir desse mito e do encurtamento das distâncias – para aqueles que realmente podem viajar – também se difunde a noção de tempo e espaço contraídos. É como se o mundo se houvesse tornado, para todos, ao alcance da mão. Um mercado avassalador dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando, na verdade, as diferenças locais são aprofundadas. Há uma busca de uniformidade, ao serviço dos atores hegemônicos, mas o mundo se torna menos unido, tornado mais distante o sonho de uma cidadania verdadeiramente universal. Enquanto isso, o culto do consumo é estimulado. (pág. 18 e 19)
A perversidade sistêmica que está na raiz dessa evolução negativa da humanidade tem relação com a adesão desenfreada aos comportamentos competitivos que atualmente caracterizam as ações hegemônicas. Todas essas mazelas são direta ou indiretamente imputáveis ao presente processo de globalização. (pág.20)
As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da técnica, a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta. É nessas bases técnicas que o grande capital se apoia para construir a globalização perversa. (pág. 20)
II – A produção da globalização
1 – Introdução
Os fatores que contribuem para explicar a arquitetura da globalização atual são: a unicidade da técnica, a convergência dos momentos, a cognoscibilidade do planeta e a existência de um motor único na história, representado pela mais-valia globalizado. (pág. 24)
2 – A Unicidade técnica
A técnica da informação alcança a totalidade de cada país, direta ou indiretamente. (pág. 26)
3 – A convergência dos momentos
A unicidade do tempo não é