Multiterritorialidade do narcotrafico
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Multiterritorialização do Narcotráfico Em sua palestra sobre Novas Territorialidades,Rogério Haesbaer cita como um dos exemplos de multiterritorialiedade o Narcotrafico do Rio de Janeiro, assunto tratado em um trabalho pelo Professor do Departamento de Geografia da UFRJ Marcelo de Souza. Segundo a tese de Souza, junto com o capitalismo surge uma classe de vadios que Marx classificados como “lumpeproletariado”. Eles , diferentemente do “proletariado honroso”, são os “parasitas”, são, segundo a visão de Marcelo, tratado por Marx como uma categoria residual, uma massa heterogênea composta por prostitutas, bandidos, indigentes. Eles são os indivíduos expelidos pelo sistema (mendigos, indigentes), seja na condição de trabalhadores informais ou criminosos, no entanto são, também, integrados ao mesmo sistema, só que de maneira inferior. O lumpemproletariado cresce em importância numérica e política no Brasil urbano. Enquanto agente econômico, aquele parasita vive no “capitalismo periférico”. Ele atua no circuito inferior da economia urbana e, ainda, se criminoso, vive do vício de seus clientes e se serve da corrupção e da violência como instrumentos de trabalho. A criminalidade, ainda que crie “disfuncionalidade” sociopolíticas, não é uma negação do capitalismo, na realidade, ela representa uma “acomodação despolitizada às regras do jogo capitalista”. A associação entre pobreza e criminalidade é um tanto quanto preconceituosa, uma vez que passa-se a admitir que todos que moram nas favelas são criminosos. Esses espaços, em geral, foram sendo preenchidos por aquela classe trabalhadora empobrecida e/ou o “lumpeproletariado”. Mais do que isso, foram nas favelas que a criminalidade, no caso o trafico de drogas, cresceu e ganhou uma territorialidade. Retomando a visão de Rogério Haesbaert, que em seu trabalho enxerga o capitalismo como sendo fundado, geograficamente, sob dois grandes “paradigmas” territoriais “– um mais voltado para a