Mulheres
Docente no Seminário Presbiteriano Renovado de Cianorte, Paraná.
Artigo publicado no Jornal Aleluia de fevereiro de 2008, p. 11.
A mulher na história
Durante muito tempo a história foi escrita sob a ótica masculina e pela classe hegemônica. Portanto, esse tipo de estudo produziu um material restrito, refletindo apenas sobre a figura do homem como sujeito universal. Suas relações expressavam somente uma versão da história.
A figura da mulher raramente era apresentada pelos historiadores, só aparecia marginalmente na história. Margareth Rago defende que “todo discurso sobre temas clássicos como a abolição da escravatura, a imigração europeia para o Brasil, a industrialização, ou o movimento operário, evocava imagens da participação de homens robustos, brancos ou negros, e jamais de mulheres capazes de merecerem uma maior atenção”.
Surge a pergunta: e a mulher onde estava durante todo esse tempo? Estava confinada ao espaço da vida privada, envolvida no cuidado com o lar, na educação dos filhos, na atenção com o marido; ocupada demais para ser percebida pela história, que até então se limitava em tratar da vida pública, domínio quase que exclusivo dos homens.
Na perspectiva da historiadora Joan Scott, somente nas últimas duas décadas é que a “história das mulheres” se definiu. Segundo Margareth Rago, a política feminista dos anos 60 foi o ponto de partida. As integrantes do movimento reclamavam uma história onde houvesse heroínas, demonstrando a atuação das mulheres na sociedade. Lutavam também para que a opressão que as sufocava fosse denunciada pela história.
Segundo Joan Scott, tanto profissões, quanto organizações profissionais são hierárquicas. Ou seja, incluem e excluem indivíduos da qualidade de membros, segundo seus próprios critérios; aqueles já profissionais atuantes se reservam o direito de julgar