Movimentos migratórios internacionais
02.10.2006
O professor do Centro de Estudos Geográficos (CEG) da Universidade de Lisboa Jorge Gaspar abre hoje a primeira de várias sessões plenárias da 11ª Conferência Internacional Metropolis - um evento que junta anualmente os mais conceituados investigadores mundiais na área das migrações, bem como responsáveis políticos e organizações não governamentais. O primeiro-ministro, José Sócrates, intervém na sessão de abertura, comunicou Público.pt.
Este ano, pela primeira vez, a conferência, que se prolonga até sexta-feira, acontece em Lisboa e estão inscritos 700 delegados, de mais de 50 países. Para hoje, a organização - o grupo Metropolis Portugal e o Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas - programou workshops e visitas a locais onde se desenvolvem projectos com as comunidades de imigrantes e seus descendentes, como os bairros da Cova da Moura e 6 de Maio, na Amadora.
De acordo com as estimativas mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), o número de pessoas que saem do seu país de origem rumo a outro mais do que duplicou entre 1960 e 2005 - existirão mais de 191 milhões de "migrantes internacionais".
Mas para além da dimensão que ganharam, os fluxos migratórios sofreram profundas alterações. "Hoje em dia, os movimentos migratórios internacionais são sobretudo entre cidades". E não do campo para a cidade. E isto tem vantagens ao nível da integração do estrangeiro que chega a um novo lugar, explica. Na América, na Europa, na África, as metrópoles são hoje cada vez mais parecidas entre si, "nas suas infra-estruturas, nos seus serviços, nas relações sociais..."
Quando aterram no novo país o funcionamento de coisas tão simples como os transportes públicos, ou as marcas das roupas nas lojas correspondem a algo familiar para os novos migrantes do mundo globalizado. "Os imigrantes de Angola, ou do Brasil, por exemplo, que hoje recebemos já passaram primeiro pela cidade nos seus