Movimentos antiglobalização:A batalha de Seattle
Seattle, 30 de novembro de 1999, ou simplesmente N30. Finalmente chegava o dia de colocar o bloco na rua. Foram meses planejando aquelas manifestações apartidárias que, se tudo desse certo, ocorreriam de forma pacífica e fariam a sociedade parar e refletir.
O alvo era a Organização Mundial do Comércio (OMC). A entidade realizaria uma rodada global de negociações na cidade. Mas uma dúvida (ou seria certeza?) pairava no ar: “quais eram as verdadeiras intenções daquele encontro?” Semanas antes, o jornal Sunday Independent alertava sobre a insatisfação popular e lançava suspeitas sobre o encontro. Em uma reportagem publicada no dia 17 daquele mês, podia-se ler: “Várias decisões (da OMC) vão de encontro às medidas destinadas a auxiliar as populações carentes do mundo, proteger o meio ambiente, a saúde global, colocando em primeiro plano a salvaguarda dos interesses dos setores privados, geralmente de empresas estadunidenses”.
Diante desse cenário, a atmosfera do N30 era cada vez mais pesada. Apesar dos interesses diversos e pacíficos dos manifestantes – uns estavam ali motivados pelas explorações de multinacionais nos países mais pobres, outros levantavam bandeiras pedindo o fim do trabalho escravo, havia os ambientalistas e também gente contrária à globalização – um grupo causava preocupação: os black blocs, que costumam chamar a atenção das autoridades por meio da violência (*me recuso a chamar esse grupo de vândalo ou qualquer outra coisa do tipo, como a princípio fez a mídia americana na época. Considero burra sim a ação violenta, mas não injustificada).
Se tudo desse certo, a manifestação seria pacífica. Só que tudo deu errado. Sempre dá quando a turma do poder é contrariada.
Quer dizer, os cerca de 100 mil manifestantes, a princípio, conseguiram impedir a reunião da OMC. Eles tomaram as ruas ao redor do centro de convenções onde o encontro seria realizado, impossibilitando a chegada de qualquer delegação até o