Movimento

A autora discute no artigo os procedimentos metodológicos e os resultados da pesquisa nacional "Práticas Pedagógicas de Trabalho com Relações Étnico-Raciais na Escola na Perspectiva de Lei 10.639/2003". Envolveu cinco Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros de universidades públicas federais brasileiras e apresenta os desafios e limites do processo de implementação do ensino de História da África e das Culturas Afro-Brasileiras nas escolas públicas e privadas da educação básica brasileira. De maneira irregular, existe uma grande diferença em relação as escolas, algumas existem projetos significativos que estão sendo desenvolvidos pelos professores e, ao mesmo tempo, em uma mesma escola, há docentes que desconhecem esse processo histórico, não conhecem a Lei 10.639/2003 e suas Diretrizes, ou mantêm algum conhecimento da lei, outros inclusive de resistência, entendendo como imposição do Estado ou "lei dos negros".

Afirma também que o processo de implementação dessa legislação torna-se imprescindível para compreender os desafios da política pública em educação e a diversidade, bem como novos elementos de análise para a pesquisa educacional. Mostra desinteresse pelas questões étnico-raciais percebidas em algumas escolas não diz respeito apenas às questões do racismo, da discriminação, do preconceito está relacionado também ao modo como os educadores lidam com questões mais gerais de ordem política e pedagógica, como o descompromisso com o público, desestímulo à carreira e à condição do docente, bem como visões políticas conservadoras de maneira geral. Da mesma forma que os conhecimentos dos próprios docentes sobre as relações étnico-raciais e sobre História da África ainda são superficiais, cheios de estereótipos e por vezes confusos, o grupo de discussão com os estudantes revelou tal situação.

O projeto apresentado mostrou os estudantes de maneira geral que o trabalho envolvendo a Educação das Relações Étnico-Raciais tem conseguido alertá-los, sensibilizá-los,