A mobilização dos povos no Brasil foi quase sempre marcada por questões políticas estruturais, principalmente os de classe inferior, ou aqueles com poderes políticos diminuídos. A idéia fixa criada pelas elites dominantes desde a invasão dos portugueses as terras brasileiras em 1.500, de que as riquezas não seriam distribuídas em partes iguais para todos, quase sempre criava um mal estar entre aqueles que eram explorados pela Corte portuguesa e seus herdeiros, esses produziam as riquezas no país. Nesse sentido as revoltas eram freqüentes, revoltas que eclodiam da noite para o dia nas províncias menos estruturadas do Brasil colônia. A luta era sempre pela sobrevivência. Segundo Paulo Freire (1968) Na verdade, porém, os chamados marginalizados, que são os oprimidos, jamais estiveram fora de. Sempre estiveram dentro de. Dentro da estrutura que os transforma em “seres para outro”. Sua solução, pois, não está em “integrar-se”, em “incorporar-se” a esta estrutura que os oprime, mas em transformá-la para que possam fazer-se “seres para si”. Nesse contexto foi nascendo no Brasil os primeiros movimentos de resistência que confrontavam o Império dominante, e as estratégias partiam de diversas localidades das províncias onde os opressores governavam a ferro e fogo, e a única forma de garantir o mínimo de direitos era se rebelando. Temos como principal referência o século XIX, onde se destacaram no Brasil vários movimentos de iniciativa popular, protagonizado principalmente por pequenos roceiros, escravos, índios, homens livres excluídos, pobres que não estavam ligados aos senhores de terra, da cor branca que não tinham direito de usufruir de sua condição de privilegiados, os negros libertos, os trabalhadores que recebiam pequenos salários. Tais populares mostravam seus descontentamentos por toda parte do Brasil.
No ano de 1835 a revolta da cabanagem que ocorreu no Grão Pará norte do Brasil, depois da união desses populares com a