Os movimentos populares
A cidade é construída pelos homens, mas os homens que a constroem têm interesses e valores diferentes. A cidade que conhecemos hoje é resultado de uma disputa entre os que a tratam como fonte de lucro e os que a tratam como espaço de vida.
Neste trabalho falaremos sobre esse tipo de disputa, falaremos dos envolvidos, das causas defendidas e dos ganhos que obtivemos com esses movimentos.
Os Movimentos Populares
Nas disputas os interesses dominantes são os dos grupos econômicos dominantes as cidades são, primeiramente, montadas para servir ao capital, e o que vai ocorrer é que os recursos públicos vão ser usados propriamente a serviço de interesses particulares de um pequeno grupo e não de toda a população.
Para os moradores, a cidade é para viver, não para dar lucro: é um espaço de vida, de moradia, de trabalho, de transporte etc. E é por isso que, depois de muito tempo vendo seu lugar de viver abandonado pelas autoridades, os moradores saíram de sua passividade, se mobilizaram e começaram a lutar por seus direitos, pelo direito a uma rua asfaltada, a iluminação elétrica, a um transporte decente, à água canalizada e assim por diante. Os movimentos populares urbanos lutam para se reapropriar da cidade. Em meados dos anos 70 em diante, o Brasil viu surgir inúmeros movimentos de luta por todos os serviços urbanos que faziam falta nos bairros populares. Formaram-se associações de moradores e federações de associações , que pressionaram as autoridades e, em muitos casos, conseguiram obter suas reivindicações, ao menos em parte. As prefeituras que, antes, nem se preocupavam em dar explicações à população, tiveram de prestar cada vez mais atenção ás reivindicações populares. Só no município do Rio de Janeiro, entre 1946 e 1963 haviam sido criadas 124 associações de moradores e entre 1979 e 1981, foram criadas 166 novas associações de moradores, dez vezes maior que entre as décadas de 40 e 60. O movimento de associações em defesa dos interesses