Movimento popular
No dia 5 de junho de 1972, na capital da Suécia, Estocolmo, os países começam a articular uma reação: a Conferência da ONU sobre o Meio-Ambiente Humano, o primeiro encontro de cúpula da organização para tratar do meio-ambiente, evento que realmente colocou a questão na pauta política global.
Fora das negociações, dois grupos completamente diferentes também haviam se reunido.
Um era um pequeno grupo de cientistas que estava cada vez mais preocupado com crescimento populacional, poluição e uso crescente de recursos naturais.
O outro, um conjunto bem maior de pessoas que hoje seria chamado de sociedade civil, que usava recursos comuns hoje em dia - como marchas, canções, manifestações e diálogo - para colocar na pauta política questões variadas como controle da poluição, direitos civis e vegetarianismo.
'Primavera Silenciosa'
"O que me motivou foi a mensagem no livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson", lembra Jan-Gustav Strandenaes, um dos cerca de dez mil integrantes do Fórum do Povo.
"(O livro) reuniu uma série de assuntos sobre os quais havíamos lido mas não havíamos refletido. O desastre de Minamata no Japão, onde todas aquelas pessoas morreram envenenadas por mercúrio na água e no peixe. E houve um semelhante na Suécia, onde havia líquidos que afetavam os hormônios enterrados no solo e contaminando a água fresca".
"Eu estava observando esses incidentes isoladamente até ler o livro de Rachel Carson".
Primavera Silenciosa mostrou como a vida selvagem estava sendo dizimada pelas poderosas substâncias químicas.
Mais especificamente, o livro mostrou os danos que o uso indiscriminado de recém criados herbicidas e pesticidas estava provocando sobre a vida selvagem na América.
No entanto, a narrativa mais ampla do livro, englobando Minamata e outros incidentes, era a de que a tecnologia humana estava saindo do controle.
O assunto ganhou destaque com o aparecimento, em Estocolmo, de pessoas que haviam sobrevivido ao desastre de Minamata