Movimento Militar
Para professor de economia, foi “um milagre infernal”
O nível de crescimento extraordinário do Brasil entre os anos de 1969 e 1973 fez com que o período ficasse popularmente conhecido como “Milagre Econômico”.
Apesar das altas taxas de produção, o período foi também marcado por aspectos que podem colocar a evolução em segundo plano. Entre eles, o aumento da desigualdade social, a aceleração da dívida externa nacional e a inflação altíssima.
O professor do departamento de ciências econômicas da Unesp, Adilson Marques Gennari, ressalta que a economia da ditadura militar foi de grande expansão, mas mal planejada, com extremo desequilíbrio estrutural.
— Os planos econômicos e o planejamento eram em benefício do desenvolvimento industrial, mas totalmente desvinculados das necessidades reais da população. Logo, foi um milagre infernal, porque o planejamento gerou uma industrialização totalmente desequilibrada.
Dívida externa
Quando o golpe militar foi decretado, a dívida pública nacional era quase inexistente, se comparada com o valor registrado ao final do regime.
Os débitos nacionais com o exterior somavam US$ 3,155 milhões no momento em que o primeiro militar assumiu o poder, mas alcançou a marca de US$ 95,856 milhões em 1985.
De acordo com o professor Adilson Marques Gennari, a dívida externa foi um dos principais problemas do regime militar associados à economia.
— A economia brasileira foi se desenvolvendo a partir do endividamento externo (...) O valor da dívida era insignificante e a economia da ditadura elevou os débitos a quase US$ 100 milhões, o que era muito dinheiro em relação ao PIB brasileiro.
Para Gennari, o crescimento subordinado às economias hegemônicas, principalmente aos Estados Unidos, foi outro fator negativo do período. Esse aspecto foi responsável pela destruição do patrimônio genuinamente nacional.
— Muitas empresas que tinham se