Movimento Estudantil
UNE
Mas qual é a cara do movimento estudantil universitário brasileiro de hoje? Segundo Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), a atenção do movimento voltou-se para diminuir a disparidade nacional da qualidade de ensino, promover acesso às minorias, garantir a permanência dos estudantes na graduação, estimular o desenvolvimento regional, apoiando a produção de conhecimento aplicado e útil para a comunidade do entorno.
Daniel Iliescu na comemoração 75 anos da UNE, no ano passado (Foto: Divulgação/Vitor Vogel)
"Por questões históricas, hoje os estudantes não estão unidos exclusivamente por resistência ao governo, mas em busca de propostas e alternativas para o país. As opiniões são consistentes e locais, com capacidade de influenciar a política de maneira concreta", explica Iliescu. Nesta frente, a grande preocupação da UNE se volta à democratização do acesso e garantia de permanência de estudantes em universidades públicas. "A UNE recolocou em discussão a reforma universitária, a grande razão da entidade existir. A universidade que durante muito tempo foi elitizada agora precisa passar por uma transformação pela inclusão", defende.
Mais universitários no Brasil
Outra mudança significativa para o movimento é o crescimento da base de estudantes universitários no país. Se nos anos 60, o número de universitários era de apenas 1% da população, segundo o último Censo da Educação Superior, de 2011, a evolução da matrícula da educação superior de graduação entre jovens de 18 e 24 anos subiu para 17%, ou seja, cerca de 6,5 milhões de universitários representados pela entidade. "Se por um lado isso indica que o movimento estudantil é mais forte que em qualquer outro período da história, por outro, este dado revela que 83% dos jovens que poderiam estar em uma universidade não estão. Imagina o custo disto em atraso social, econômico, tecnológico, cultural e de produção de conhecimento para o