Movimento estudantil
Nacional dos Estudantes, em 1937, quando alcança a centralização. É com a centralização, na UNE, das lutas estudantis, que elas vão adquirir, progressivamente, caráter organizado e de emancipação nacional. Isso não significa, no entanto, que tenha começado somente em
1937 a participação estudantil na vida política brasileira. Essa participação precede a aquisição mesma da independência política formal do país, pontilhada, não raro, pelo cunho de pioneirismo que particulariza, por exemplo, a fundação, em 1852, da sociedade abolicionista Dois de Julho, pelos acadêmicos baianos de medicina. Embora não da forma ordenada que viria assinalar a atuação da UNE, a participação estudantil se faz notar ao longo da nossa história, justificando a censura que Lincoln Gordon, quando embaixador dos
Estados Unidos no Brasil, fez, em discurso pronunciado na Universidade
Mackenzie, à vocação política dos estudantes brasileiros.
“As manifestações estudantis do passado brasileiro representam sempre uma posição de inconformismo da classe média urbana. As motivações aparentes do inconformismo são as mais variadas, mas um elo comum pode ser obtido: a superação das formas sociais nas diversas épocas, sejam elas colônia, regência, império, escravatura” (Antônio Noronha Filho e Pedro Meira, ib.). A primeira manifestação estudantil registrada pela história brasileira ocorre ainda no período colonial, em setembro de 1710, quando da invasão que mais de mil soldados franceses, sob o comando de Jean-
François Duclerc, empreendem no Rio de Janeiro.
SURGIMENTO DA UNE
Fruto de uma tomada de consciência, quanto à necessidade da organização em caráter permanente e nacional da participação política estudantil, a UNE representa, sem qualquer dúvida, o mais