Motivação e estimulo
Diferenças sutis separam os programas de motivação das efêmeras campanhas de estímulo
Estimulado, nem sempre motivado
THIENE BARRETO
Prêmios, aumento de salário, viagens e até distribuição de sorvete. Vale tudo para deixar o funcionário motivado. Ou seria estimulado? São várias as teorias de endomarketing; no entanto, o gestor deve ficar atento para não confundir estímulo com motivação que, diferente do primeiro, perdura a médio e longo prazos.
Segundo o dicionário Aurélio, estimular é sinônimo de encorajar, animar. Já motivar é equivalente a despertar o interesse, o entusiasmo. Por mais que muita gente confunda, consultores de Recursos Humanos são unânimes em afirmar que, mesmo tênues, as diferenças entre os dois termos existem e são fundamentais quando o assunto é produtividade e bem-estar dos funcionários.
- A motivação é intrínseca ao indivíduo. Quando o empresário distribui brindes e gratificações não está motivando seus profissionais, mas estimulando-os. Na hora, todos são tomados pela euforia. Mas isso logo passa - defende Antônio Andrade, professor de Gestão da Ibmec Business School.
Seguindo a concepção do consultor, estímulo seria a palavra mais correta para definir a iniciativa de Luís Fernando Felli, diretor de marketing e vendas da FMC Químicas. Na semana em que o dólar teve uma das maiores altas, o executivo decidiu usar a criatividade para congelar a moeda americana, pelo menos na cabeça dos funcionários. Felli distribuiu sorvete a todos do escritório.
Segundo o diretor de marketing e vendas, a intenção foi despertar uma energia positiva, para ver se assim o dólar parava de subir, e, também, mostrar que todos devem manter a cabeça fria e a tranqüilidade para superar os desafios. A estratégia, garante, funcionou, já que o clima ficou mais descontraído e os ânimos, redobrados.
O perigo de estímulos do tipo, analisa Antônio Andrade, do Ibmec, é que os funcionários podem acabar se acostumando ao benefício, empenhando-se apenas