Morfologia da libras
II. UM PANORAMA ACERCA DOS ESTUDOS SOBRE LIBRAS
2.1 Histórico sobre a educação dos Surdos
A educação de surdos faz parte de um processo maior, o de inclusão e integração dos portadores de deficiência. A deficiência, física ou mental, sempre foi marcada por forte rejeição, descriminação e preconceito: na Antigüidade, por exemplo, as crianças deficientes eram afogadas por serem consideradas anormais; recém-nascidos que apresentassem alguma debilidade ou má formação, ou eram escondidas do poder público ou eram lançadas ao Monte Taigeto (PESSOTTI, 1984). Algumas das aparições de deficientes mentais na História ou na literatura antiga deve-se ao fato de ocuparemnos com o papel de bobo para divertir aos senhores. Na Idade Média, houve muitas contradições em relação aos diversos tipos de deficiência, quando se verifica, por meio de estudos, que os deficientes mentais eram considerados possuídos pelo demônio e que os deficientes visuais e auditivos eram tidos como possuidores de dons e poderes sobrenaturais. A prática do infanticídio foi condenada pela Igreja. No entanto, o deficiente ainda era considerado irracional, sobrevivendo de trabalhos pesados e desprezados pela sociedade. Esse período, de acordo com Ferreira e Guimarães (2003, p. 65), foi marcado pela rejeição à pessoa com deficiência que, durante vários séculos, não podia usufruir do convívio social, devido a limitações e impedimentos, porque era considerada indigna, inclusive, de obter educação escolar. Em caso extremo não podia sequer ser tocada.
A partir do Renascimento, quando vários estudos buscavam compreender as causas das deficiências, pode-se descobrir que elas eram doenças de caráter hereditário, males físicos ou mentais. Até 1500, os deficientes eram fixados em asilos em busca, muitas vezes, de proteção, pois seu desenvolvimento