Morfina
A morfina foi descoberta em 1805, pelo assistente de farmácia Freidrich Sertuner, ao isolar este alcaloide a partir da resina da papoula (Papaver somniferum). Em alusão à sonolência que este causava, Sertuner denominou este opiácio em homenagem ao deus dos sonhos: Morfeu.
A morfina constitui 10% do ópio e pode ser extraída de diversas maneiras. Uma delas consiste em dissolver o pó em água e adicionar hidróxido de cálcio, de forma a converter os alcalóides à sua forma ionizada. A morfina é solúvel nesta suspensão alcalina, que é filtrada, adicionando-se posteriormente amónia ao filtrado, o que provoca a precipitação da morfina devido ao pH mais baixo. Este precipitado é então dissolvido em ácido sulfúrico ou clorídrico, filtrado, e alcalinizado com hidróxido de amónia, o que leva à re-precipitação da morfina (que é purificada mediante tratamento com solventes e cristalizada em condições adequadas). A morfina pode depois ser usada para produzir outras drogas, nomeadamente a codeína (O-metilação) e a heroína (diacetilação).
Mecanismo de acçãoA morfina é um agonista exógeno dos receptores opióides, presentes em neurônios de algumas zonas do cérebro, medula espinhal e nos sistemas neuronais do intestino.
Seus efeitos são: Analgesia (reduz ou elimina a sensação de dor);• Deprime o centro da tosse (por isso é usado em xaropes);• Sonolência;• Bradicardia (diminuição da freqüência cardíaca);• Bradipnéia (diminuição da freqüência respiratória);• Hipotensão arterial (diminuição da pressão);• Acalmia: estado de serenidade, calma momentânea após um período de agitação (efeito buscado pelas pessoas