Monarquia
Para consubstanciar sua tese, Viotti propõe uma espécie de revisionismo historiográfico em que discute a qualidade das fontes selecionadas para a elaboração do discurso (documentos testemunhais) e o tipo de leitura que se pode realizar em função dos limites pertinentes à natureza de tais fontes (paixão, ignorância, inexatidão, etc.). De igual modo afirma que as primeiras versões apresentadas pelos monarquistas que consideravam a República um ato de insubordinação e revanchismo, e pelos Republicanos, necessárias correções de vícios, estavam eivadas de ressentimentos derivados de antagonismos entre tais grupos.
Para Viotti, o discurso produzido na 2ª década do século XX é marcado pelo presentismo justificador e pela influência positivista que opõe a noção de "ação individual x processo." É, de fato, na 3ª década do século XX que a historiografia realiza progresso. "Abandonando as versões subjetivas dos testemunhos, procuram os historiadores explicar a queda da Monarquia pela inadequação das instituições vigentes ao progresso do país".(p.225) E, desse modo, inaugura-se nova perspectiva de abordagem do episódio . É nesse particular que reside a contribuição da autora: fazer uma releitura do episódio com mudança de enfoque, promovendo reparos nas versões até então elaboradas e, assim, estabelecer novos parâmetros para a compreensão do processo de