A gorda ambulante.
Nos primórdios da exploração comercial da internet, na segunda metade dos anos 90, o modelo de negócios era bem diferente do que conhecemos hoje em dia. Jovens “nerds” conhecedores de informática ficaram ricos oferecendo pela internet toda sorte de serviços com um atrativo irresistível: a praticidade.
As pessoas, acostumadas aos prazos de entrega dos correios, passaram a se comunicar com a troca de mensagens que chegavam ao destinatário em instantes. Comprar um artigo raro e comparar preços sem ter de bater perna por aí se tornou possível com as varejistas online, como a Amazon.com.
Assim como na vida “real”, a maior parte dos serviços oferecidos na internet era paga, como endereços eletrônicos, sites de notícia e jogos. O dinheiro gasto pelos usuários era a base da renda das empresas virtuais (as chamadas “pontocom”, por conta do sufixo “.com” no endereço da URL).
As empresas, por sua vez, tinham gastos pífios: o custo de abrir ou fechar um negócio era o de colocar ou tirar o site do ar. Foram eliminados os gastos com aluguel de escritório e com funcionários (grupos pequenos de fundadores davam conta do recado).
O sucesso das empresas de internet e as perspectivas de um futuro brilhante atraíram bilhões de dólares de investidores visionários. Investia-se em idéias, e não em estrutura real. No início dos anos 2000, porém, a bolha pontocom chegou ao seu limite.
Em meados de maio, o índice Nasdaq Composite da bolsa norte-americana de ações, na qual eram comercializados os papéis de muitas dessas empresas, ultrapassou os 5.000 pontos,