MOEDA E INFLAÇÃO
Surgido de uma conjuntura de descontrole da inflação que gerava instabilidade econômica, pretendia-se uma moeda mais forte e merecedora de mais confiança do que suas predecessoras, filhas de outros planos econômicos que não vingaram. O nome escolhido, "real", coincide com o nome da primeira moeda do Brasil (plural: réis), moeda essa utilizada pelo império de Portugal em todas as suas colónias.
Diferentemente das moedas que haviam circulado anteriormente, o real não traz na sua nota personalidades da história nacional, mas sim animais da fauna brasileira, a explicação é a que famílias das pessoas homenageadas nas notas, como a de Mário de Andrade, já haviam reclamado das homenagens4 , adicionalmente, como a moeda precisava ser cunhada rapidamente, e não havia tempo hábil para negociar com as famílias, optou-se pela solução mais rápida, os animais4 . Diversas opções foram pensadas, piranha, tucunaré, lambari e o lobo-guará4 , sendo escolhidos o beija-flor, garça, arara, onça pintada e a garoupa.
A moeda foi criada pelo Plano Real em regime cambial fixo em relação a um conjunto de moedas liderado pelo dólar dos Estados Unidos, no início com aproximadamente o mesmo valor que este último. Isto significava que o real tinha um teto e um piso previamente definido para que o valor da moeda flutuasse. Caso a cotação chegasse ao teto, o Governo se comprometia a vender dólares e forçar queda de cotação. O inverso acontecia quando a cotação atingia o piso. Contudo, surpreendendo muitos, o real valorizou-se logo após ser lançado. Depois de uma curto período de valorização no final de 1994 e início de 1995, quando real chegou a valer 1,20 USD (câmbio comercial, 31 de março de 1995), o controle do Banco Central resultou na numa desvalorização gradual da moeda, de 1 R$ : 1 USD em 1995 para cerca de 1,2 : 1 no final de 1998.5
Em janeiro de 1999, entretanto, a crise financeira decorrida da crise financeira asiática em 1997, da quebra da Rússia em