moderno
Usando à frente de sua televisão ou lendo o jornal, escutando o radinho de pilha (alguém ainda faz isso?) ou vagabundeando pela web, você estará travando contato intenso com os formadores de opinião. Será que é necessário dizer “cuidado com eles”? Creio que sim. Certamente, e você há de concordar, não deixa de causar espanto a forma com a qual “opiniões” pessoais são frequentemente descarregadas em nossos ouvidos, como se as mesmas houvessem sido frutos do pensamento de seus emissores, a partir de elaboradas reflexões sobre um tema qualquer. Todavia, a verdade, pura e simples, mostra um quadro bem outro: repetição doutrinária. As tais opiniões nada mais são do que mera repetição doutrinária de “verdades” empurradas para o interior das mentes das pessoas. Sim, eu sei: “todos têm direito a expressar opinião”. Mas, será que alguma vez, quando diz o que “pensa” sobre determinado assunto, você já refletiu se de fato sabe sobre o que está falando? Parmênides? Que Parmênides?...Já no século V a.C. o filósofo grego Parmênides disse, revolucionando o pensamento da época: “O Ser é e o não ser não é”. Quem estiver pouco familiarizado com as elucubrações filosóficas certamente haverá de estranhar a aparente obviedade desta tautologia. Explicando-a, grosso modo, o Eleita insinua que sempre haveremos de encontrar duas vias: a verdadeira e a falsa, a estrada do saber e a do não saber, do conhecimento e da opinião. Enquanto a via da verdade (alétheia) é aquela por onde caminha o Ser, vereda pautada pelo saber e pela razão, o caminho da opinião (doxa), trajeto do não ser, estará à mercê do jogo de nossas falíveis percepções sensoriais. Fico a refletir no que, se vivendo em nossos dias, diria Parmênides, caso escutasse o volume de achismos, opiniões atravessadas e outras tantas bobagens que nos são constantemente ditas. Pensando bem, creio mesmo que o filósofo, na tentativa de escapar de um possível