MODERNIDADE
Chamamos modernidade ao período que se esboça no Renascimento (séc.XVI), desenvolve-se na Idade Moderna e atinge seu auge na Ilustração, no século XVIII. O paradigma de racionalidade que então se delineia é o de uma razão que, liberta de crenças e superstições, funda-se na própria subjetividade e não mais na autoridade, seja do poder político absoluto, seja da religião.
De fato, estava sendo gestado um novo período da história ocidental, com mudanças em amplo espectro: sociais, políticas, morais, literárias, artísticas, científicas, religiosas e também filosóficas. A contraposição ao pensamento medieval estimulou a recuperação da cultura Greco-latina, agora sem a intermediação da religião, o que denotava a laicização do pensamento: se antes o foco da reflexão era a teologia, na modernidade prevalece a visão antropocêntrica. O século XVII representa, portanto, a culminação de um processo que modificou a imagem do próprio ser humano e do mundo que o cerca.
O que vemos afirmar-se na modernidade é uma característica importante do pensamento: o racionalismo, a confiança no poder da razão. E uma das expressões mais claras desse racionalismo é o interesse pelo método. É verdade que o método sempre foi objeto de discussão da filosofia, mas nunca com a intensidade e a prioridade que lhe dedicaram os filósofos do século XVII.
Se até a Idade Média os filósofos partiam do problema do ser, na Idade Moderna voltam-se para as questões do conhecer. Enquanto no pensamento antigo e medieval a realidade do objeto e a capacidade humana de conhecer não eram questionadas (exceto no ceticismo), na Idade Moderna o problema não é saber se as coisas são, mas se nós podemos eventualmente conhecê-las. Portanto, as perguntas são outras: “o que é possível conhecer?”, “Qual é o critério de certeza para saber se há adequação entre o pensamento e o objeto?”
As soluções apresentadas a esse problema deram origem a