De acordo com a Enciclopédia britânica, “Fluidez” é a qualidade de líquidos e gases, por tanto, essa propriedade é responsável pelas constantes mudanças de formas quando submetidos a uma força. Pela propriedade de não fixação no espaço e por não se prenderem ao tempo, foi que Zigmunt Bauman utilizou em seu livro Modernidade Líquida a metáfora da “fluidez” ou “liquidez” para a presente era moderna. No prefácio de sua obra, o tempo apresenta relevância especial, pois os fluidos estão sempre prontos a mudanças, preenchem espaços apenas por um momento e por isso mesmo, precisam ser datados. Como a mobilidade dos fluidos se associa à idéia de leveza, essa adentrou na história da modernidade, que não havia sido desde o começo um processo de liquefação. Os autores do Manifesto Comunista, há um século e meio atrás a considerava estagnada e resistente, com necessidades de derretimento dos sólidos, para dissolver o que quer que persista no tempo e fosse imune a passagem ou ao fluxo. Esse cenário poderia ser representado pela profanação do sagrado, repúdio e destronamento do passado, da tradição, das crenças forjadas etc. Tentando aperfeiçoamento e substituição de sólidos deficientes por outros aperfeiçoados e preferivelmente perfeitos. Nesse contexto, os primeiros sólidos a derreter seriam: as lealdades tradicionais, os direitos e obrigações que atavam pés e mãos que impossibilitavam os movimentos e iniciativas. Assim, derretendo esses sólidos, as redes de relações sociais estariam desprotegidas e expostas a outras regras de ações. O derretimento dos sólidos gera com isso, uma progressiva liberdade na economia no que tange as tradições políticas, éticas e culturais. Sedimentando uma nova ordem econômica. Com efeito, o derretimento dos sólidos trouxe a dissolução das forças que poderiam manter a questão da ordem e do sistema na agenda política. Na modernidade fluida se entrelaçam escolhas individuais em projetos e ações coletivas. Nenhum molde foi quebrado sem que houvesse