Modernidade Líquida
ISSN 1518-6148 Fabio Elias Verdiani TfouniI; Nilce da SilvaII
A modernidade líquida As principais características da modernidade líquida, segundo Z. Bauman (são desapego, provisoriedade e acelerado processo da individualização; tempo de liberdade, ao mesmo tempo, de insegurança. Tal contexto pode ser definido pela palavra alemã Unsicherheit que significa: falta de segurança, de certeza e de garantia.
"Modernidade líquida" é conceito desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman e, para fins deste artigo, recorremos a várias de suas obras na tentativa de apresentar os principais aspectos da sociedade atual que, apreendidos pelo citado autor, o fizeram elaborar a respectiva definição para os dias em que vivemos.
Segundo Bauman (2001), as inúmeras esferas da sociedade contemporânea (vida pública, vida privada, relacionamentos humanos) passam por uma série de transformações cujas conseqüências esgarçam o tecido social. Tais alterações, de acordo com o sociólogo polonês, faz com que as instituições sociais percam a solidez e se liquefaçam, tornando-se amorfas, paradoxalmente, como os líquidos. A modernidade líquida, assim, é tempo do desapego, provisoriedade e do processo da individualização; tempo de liberdade ao mesmo tempo em que é o da insegurança. Como resposta a esta possibilidade de liberdade (Bauman, 1998, 2000, 2001), os homens deste tempo, no anonimato das metrópoles, têm a sensação de impotência sem precedentes, já que, no anseio por esta liberdade, os mesmos encontram-se por sua própria conta e risco em meio ao concreto. A responsabilidade é deixada às energias individuais, favorecendo a solução biográfica das contradições sistêmicas. Desta forma, como todos estão sem tempo, e preocupados com inúmeras atividades assumidas, poucos são aqueles que têm tempo e disponibilidade para dar o ombro amigo para o próximo; o vizinho é um desconhecido.
Neste contexto, o relacionamento eu-outro é mercantilizado