Modernidade e Pós-Modernidade O paradigma culultural da modernidade constituiu-se entre o século XVI e finais do século XVIII coincidindo, aproximadamente, com a emergência do capitalismo enquanto modo de produção dominante nos países da Europa (Santos, 1995). Podem-se distinguir três períodos neste processo. O primeiro, cobrindo todo o século XIX, o período do capitalismo liberal. O segundo, que vai do fim do século XIX até o período após a Segunda Guerra Mundial, caracterizado pelo capitalismo organizado. E o terceiro, que se inicia no final da década de sessenta, onde se observa o capitalismo financeiro, também designado de capitalismo desorganizado. Por ser um projeto muito rico, a modernidade é capaz, inclusive, de movimentos contraditórios e complexos que podem ser compreendidos a partir da interação de dois princípios gerais: o da regulação e o da emancipação. Cada um desses "pilares", por sua vez, também é constituído pela articulação de três outros princípios secundários que se relacionam entre si. O pilar da regulação é constituído pelos princípios do estado (formulado por Hobbes), do mercado (desenvolvido por Locke ) e o da comunidade (presente na obra de Rousseau). Por sua vez, o pilar da emancipação seria formado por três lógicas de racionalidade: a racionalidade estético-expressiva da arte e da literatura; a racionalidade moral-prática da ética e do direito; e a racionalidade cognitivo- instrumental da ciência e da técnica. A racionalidade estético-expressiva articula-se, privilegiadamente, com o princípio da comunidade, onde se condensam as idéias de identidade e comunhão, intimamente relacionados a contemplação estética. Já a racionalidade moral-prática conecta-se, preferencialmente, ao princípio do Estado, e a racionalidade cognitivo-instrumental corresponde-se ao princípio do mercado; tanto porque nele se condensam idéias de individualidade e concorrência - centrais ao desenvolvimento da técnica - como