Miscigenação
A diferenciação da arte entre as regiões de um país parte de vários fatores, mas, principalmente, das referências culturais que este lugar recebeu. Tendo-se como pressuposto que a arte é a forma como o artista expressa sua ideia, “ele parte de referências pessoais que o identificam como pertencente a um grupo específico dentro de uma cultura específica”.
Influência do colonizador
No caso do Brasil, o processo colonizador foi o que iniciou a mistura de referências na arte regional que existe atualmente. Durante esse período, a preocupação era de tirar o máximo de riquezas que fosse possível das terras brasileiras. Dessa forma, “a imposição cultural está ligada diretamente ao imperialismo de uma nação mais poderosa economicamente sobre outra mais frágil”. A cultura europeia veio como dominante e sua base cristã católica impôs costumes e comportamentos tanto aos indígenas que já estavam aqui, quanto aos africanos que vieram para serem usados como mão de obra escrava.
A marca colonial na região Nordeste é vista de forma acentuada na literatura, principalmente na literatura de cordel, que tem origem na Idade Média europeia e veio para o Brasil com a chegada dos portugueses. Ela possui um referencial regional e tem muita aceitação do público para o qual é voltada, mesmo sendo apreciada por outras partes do país. Somadas a essa literatura de cordel, estão diversas manifestações artísticas de caráter popular, como os repentes, cuja origem remonta aos trovadores medievais.
Na região Norte, a figura do europeu colonizador deixou sua marca na primeira expressão de teatro popular brasileiro: o “boi-bumbá”, uma das variações do “bumba meu boi”. Essa forma de distração popular foi introduzida pelo europeu e permanece como tradição até os dias de hoje. Divulgando essa forma de manifestação cultural, o Festival de Parintins tem três noites de apresentação, nas quais são abordados rituais indígenas, costumes ribeirinhos, lendas e outros aspectos regionais.