Miscigenação
Poucos países no mundo passaram por uma miscigenação tão intensa quanto o Brasil.1 Os portugueses já trouxeram para o Brasil séculos de integração genética e cultural de povos europeus, como os povos Celta, Romano, Germânico e Lusitano. Embora os portugueses sejam basicamente uma população européia, 7 séculos de convivência com mouros do norte de África e com judeus deixaram um importante legado a este povo. No Brasil, uma parte substancial dos colonizadores portugueses se miscigenou com índios e africanos, em um processo muito importante para a formação do País. A esse e a outros processos somou-se o processo de imigração de muitos mais europeus. Da metade do século XIX à metade do século XX, a nação recebeu cerca de 5 milhões de imigrantes europeus, em sua maioria portugueses, italianos, espanhóis e alemães. Um dos resultados da soma desses processos é a atual composição da população brasileira. Em 2008, 48% da população brasileira se considera branca, 44% se identifica como parda e 7% se considera negra.2
Os índios brasileiros não apresentavam relevantes diferenças genéticas entre si: seriam todos descendentes do primeiro grupo de caçadores asiáticos que chegaram às Américas, há 60 mil anos3 . Porém, culturalmente falando, os aborígenes brasileiros estavam inseridos numa diversidade de nações com línguas e costumes distintos. A chegada dos primeiros colonos portugueses, homens na maioria, culminou em relações e concubinatos com as índias. Em 4 de abril de 1755, D. José, rei de Portugal, assinou decreto autorizando a miscigenação de portugueses com índios4 .
Os africanos trazidos e escravizados no Brasil pertenciam a um leque enorme de etnias e nações. A maior parte eram bantos, originários de Angola, Congo e Moçambique. Porém, em lugares como a Bahia, predominaram os escravizados da região da Nigéria, Daomé e Costa da Mina em alguns momentos, principalmente no século XVIII. Alguns escravizadosislâmicos eram alfabetizados em árabe e já traziam