mini artigos enfermagem
www.jped.com.br
EDITORIAL
Antipyretic use in children: more than just temperature☆,☆☆
Uso de antipiréticos em crianças: mais do que apenas temperatura
Edward Purssell
BSc, MSc, PhD, RGN, RSCN, FHEA. Professor Titular, Florence Nightingale School of Nursing and Midwifery, Londres,
Inglaterra, Reino Unido
Um dos fatos mais impressionantes sobre o tratamento de doença febril em crianças é que, apesar de sua generalidade e da abundância de orientações, recomendações e outras publicações a respeito, o medo excessivo em relação à febre, às vezes denominada ‘febrefobia’, ainda é comum em todo o mundo e, assim tem sido por muitos anos.1
O resultado desse medo é que pais e profissionais se preocupam demasiadamente com ela e muitos tratam de forma excessiva crianças febris com intervenções: algumas das quais, de fato, reduzem a febre, como medicamentos antipiréticos; outras nem chegam a esse ponto, como é o caso do resfriamento físico. Outra manifestação desse medo é a utilização excessiva ou combinação de medicamentos antipiréticos, que é o foco do estudo de Pereira et al.2
Analisado em um contexto histórico, o medo da febre faz sentido de certa forma; no passado e mesmo hoje, em várias partes do mundo, uma doença infecciosa é causa não apenas de morbidez, mas também de mortalidade significativa, e mesmo em países com sistemas de saúde altamente desenvolvidos, crianças continuam a morrer de infecções graves não diagnosticadas. A questão importante para cuidadores e profissionais da área é separar o sintoma de febre, que é uma resposta fisiológica normal e que não representa nenhum perigo para a doença de base, que, em um número relativamente pequeno de casos, poderá ser uma doença séria.
A questão de qual papel a febre desempenha na recuperação da doença é complexa. A febre resulta da liberação
e conversão de ácido araquidônico das membranas lipídicas celulares em prostaglandina E2 por meio da