trabalho de etica
Por PET/POL 26/03/2014 rayssa cardeal
Por Raissa Cardeal
O presente texto tem como intuito introduzir a noção de “razão de estado” trabalhada nas obras de Maquiavel e muito bem exposta por Isaiah Berlin em seu texto “O Problema de Maquiavel”. O texto está dividido em três partes: Introdução, na qual há breve explanação a respeito de algumas obras de Maquiavel; a “moral maquiavélica”, em que, ao invés do familiar confronto entre “moral” e “política”, Berlin propõe a perspectiva do confronto entre duas moralidades distintas, sendo uma delas a moral cristã; e, por fim, a conclusão acompanhada de reflexão acerca do tema trabalhado.
1. Introdução
Poucos pensadores inspiraram tantas interpretações distintas e, por vezes, antagônicas como Maquiavel o fez. Dentre as contribuições que trouxe para o entendimento da política, está sua visão de separação entre a política e a moral cristã.
Maquiavel pode ser visto como um “espelho do seu tempo”, traduzindo em sua obra o cotidiano político do que viria a ser a Itália. Mais que isso, interpretações posteriores caracterizam-no de forma bastante diversa: figura cujos preceitos vinham de uma origem anti-cristã; mais um humanista angustiado com a forma com que fazia política no seu tempo; ou ainda um analista político sem qualquer compromisso com a ética ou moral.
O autor Isaiah Berlin aborda essas muitas facetas de Maquiavel e propõe uma nova interpretação para sua maneira de ver e entender a política. Está claro que Maquiavel percebia o nascimento do Estado Moderno. Para tal, era necessário que as províncias adotassem postura de maior centralização política. Seu modelo ideal seria a República na qual coincidem os interesses de governantes e governados, como ele mesmo afirma no Discorsi. Entretanto, para que se alcançasse esse objetivo se fazia imprescindível a figura do príncipe.
2. A moral “maquiavélica”
Maquiavel deu impulso ao que ficou conhecido como realismo político. Como ele mesmo