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Marcello Henrique Corrêa
O uso indiscriminado de esteróides anabolizantes pode ser relacionado a uma extensa lista de efeitos colaterais. Apesar de já existir uma série de estudos indicando conseqüências como infertilidade, insuficiência renal e até alguns tipos de câncer, pesquisadores continuam a investigar outros possíveis sistemas afetados pela administração dessas substâncias. Esse recorrente costume entre atletas e não-atletas motivou o grupo do qual faz parte Denise Pires de Carvalho, pesquisadora do Laboratório de Fisiologia Endócrina do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) a estudar o impacto dessas drogas na glândula tireóide, responsável pela produção de importantes hormônios. A pesquisa foi tema da tese de doutorado de Rodrigo Soares Fortunato, apresentada esse ano, sob orientação de Denise Carvalho.
De acordo com os principais autores, os esteróides anabólico-androgênicos (EAA) são hormônios sexuais masculinos, como os derivados da testosterona. Em condições normais, são responsáveis por manter as características sexuais associadas ao sexo masculino. Normalmente, os efeitos dos EAA são divididos em androgênicos e anabólicos. Os primeiros estão relacionados às características sexuais: aumento de libido e desenvolvimento da genitália, são alguns deles. Os efeitos desejados relacionam-se principalmente aos anabólicos: aumento da massa muscular e diminuição da gordura corporal são os principais.
Denise Carvalho afirma que a função tireoidiana é fundamental para a manutenção do metabolismo. “A glândula tireóide é responsável pela síntese dos hormônios T3 e T4, que interferem em diversos aspectos do funcionamento do organismo, como a capacidade intelectual. Os hipotireóideos, indivíduos que têm diminuição de hormônio tireoidiano, apresentam lentidão de pensamento, além de possibilidade de depressão. Podem apresentar também intolerância ao frio, por causa do metabolismo diminuído”, explica a