Michel Pastoureau
Sérgio Cardoso
Universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão, Março 2014
Michel Pastoureau (1997), Dicionário das cores do nosso tempo. (184pp.) Lisboa: Estampa. P.66-67; 124-126; 96-100; 132-134; 136-141; 102-103; 69-70
Michel Pastoureau propõe, nesta sua obra, uma exposição de um tema transversal a diferentes áreas, explicando de forma sucinta as diversas maneiras de interpretar e entender a cor, perceber realmente em que consiste o fenómeno da cor e a dificuldade que existe para atribuirmos diferentes significados perante a fenomenologia da palavra, que ao longo da evolução das diferentes civilizações e períodos históricos foi ganhando um significado importante que outrora eram atribuídas a palavras que entraram em desuso nos tempos de hoje. A percepção através de diferentes olhares perante o mesmo fenómeno da cor, como do historiador, do filosofo, do antropólogo, do sociólogo (pp. 70), do químico, do físico(pp. 66), faz perceber que realmente é um processo bastante complexo (algo de indefinível) e que pode ser entendido de diferentes formas, dependo do “leitor visual ou interpretativo” do fenómeno da cor.
A importância da semântica da palavra é fundamental para conseguir perceber o quão difícil se torna explicar o fenómeno da cor, em que consiste genericamente, segundo o autor “A cor é qualquer coisa de indefinível” (pp. 66), explica que para ser possível entender a cor segundo os códigos visuais são necessários a existência de três elementos fundamentais e a ausência de algum deles esse processo é inatingível, uma fonte de energia luminosa, um objecto sobre o qual essa energia incide e um órgão receptor e criador da imagem da cor (relação olho-cérebro). É também um elemento essencialmente cultural, esta pode ter diferentes significados em diferentes civilizações e períodos históricos, segundo o autor; “A cor é um produto cultural, não existe se não for percebida; …”, o