Resenha Pensando o fim da Idade Média: a longa de Le Goff e a colonização da América de Bashet.
1304 palavras
6 páginas
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIROINSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
História Medieval II
História 2014/I
Marília Monitchele M. Fernandes (201331524-2) *
*Texto baseado no artigo de ALMEIDA, Ana Carolina. Referência completa ao final do trabalho.
A discussão sobre o fim da Idade Média resulta, ainda hoje, em um grande debate dentro do campo historiográfico. O recorte histórico relacionado ao fim da Idade Média alterou-se e continua a se alterar em detrimento da visão que historiadores têm da natureza dos objetos estudados, assim como da própria história, enquanto Ciência.
O conceito de medium tempus, surgiu com Petrarca, fundamentado na visão humanista italiana. Existiam então duas ideias para esse uso referente ao Período Medieval, uma ideia linguística, preocupada basicamente com a filologia, pois acreditavam que como consequência da “ignorância e obscurantismo” do homem medieval, o latim havia sofrido grandes alterações em sua estrutura e havia perdido todo o seu primor de outrora. Além disso, havia a ideia de cunho religioso, que se baseava em críticas que acusavam a Igreja Medieval de ter “deturpado o valor da mensagem de Cristo” (p. 1), pois havia esquecido os valores verdadeiramente cristãos e se apegado às coisas materiais e profanas. A Idade Média, porém, em ambos os casos era demarcada pela queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.), e o século XV. Apesar de o termo medium tempus ter sido aplicado ainda no século XIV.
Tal denominação, usada de modo pejorativo, dando pouca relevância ao Período Medieval, se espalhou pela Europa nos séculos seguintes, contribuindo para o reforço da ideia de que teria havido uma “ruptura abrupta entre os séculos XIV e XV” (p.1).
Com Voltaire, em 1734, na obra Adélaïde du Guesclin, surge uma visão mais neutra em relação à Idade Média. E no ano de 1805, com Templiersde Raynouard, houve a maior fixação da corrente neoclássica, tal qual o surgimento de “uma visão