Mestrando
Zito Macário Júlio
RESUMO
O presente trabalho analisa, no romance “A Zambeziana”, os contornos de colonialidade a partir das personagens. O objectivo é perceber o papel atribuído às personagens negras, quando postas em convívio com o branco. Para a sua concretização, guiámo-nos na perspectiva de Manuel Ferreira, a partir do estudo feito com o romance de Henrique Galvão, O Vélo d’Oiro, onde analisa o estatuto das personagens brancas e negras. Foi assim que concluímos que no romance “A Zambeziana”, o estatuto social atribuído ao homem negro é sempre baixo em relação ao branco; no caso da N’Fuca, personagem feminina (mestiça), é elogiada dada sua beleza, mas que no fundo, ela não passa de uma mulher vista como híper-sexual, e que a sua beleza, só é valorizada para os apetites sexuais do branco; razão pela qual, o Sousa nunca a assumiu como esposa, com o receio de apresentar-se em Portugal casado cafrealmente.
Palavras-chave: Zambeziana, Personagem, colonialidade, etnocentrismo.
Introdução
Este trabalho intitulado “As Personagens como Imagem de Construção da Colonialidade no Romance A Zambeziana”, discute como a colonialidade é construída a partir do protagonismo e estatuto entre as personagens brancas e negras, ainda que as negras, vivendo em seu próprio solo mátrio.
Com o pseudónimo Emílio de San Bruno , foi afeto para Divisão Naval do Índico em 1899. Na sua passagem de Lourenço Marques para Quelimane (onde viveu), San Bruno descreve as suas impressões, maravilhas, e as experiências colhidas da convivência com os pretos e/ou cafres, como ao longo do romance é tratado a homem de pele negra.
O romance conta alguns cenários da chegada duma vaga de colonos portugueses à cidade de Quelimane, encabeçados por Paulo, tendo passado primeiro, de Lourenço Marques (actual Maputo) e Beira. Chegado à Quelimane, juntam-se aos outros portugueses, começando assim a outra parte da